Vestibular – Morte e vida severina – João Cabral de Melo Neto – Questões
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Morte e vida Severina:
Texto para as questões 1 e 2
Essa vida por aqui
é coisa familiar;
mas diga-me retirante,
sabe benditos rezar?
sabe cantar excelências,
defuntos encomendar?
sabe tirar ladainhas,
sabe mortos enterrar?
(João Cabral de Melo Neto, Morte e vida
severina)
Questão 1 – Neste contexto, o verso “defuntos encomendar†significa
a) ordenar a morte de alguém.
b) lavar e vestir o defunto.
c) matar alguém.
d) preparar a urna funerária.
e) orar pelo defunto.
2 – O número de sÃlabas métricas (ou poéticas) dos versos do excerto é o mesmo do seguinte provérbio:
a) A bom entendedor/ meia palavra basta.
b) Ãgua mole em pedra dura/ tanto bate até
que fura.
c) Quem semeia vento/ colhe tempestades.
d) Quem dorme com cães/ amanhece com pulgas.
e) Cabeça de vadio/ hospedaria do diabo.
(Fuvest) Texto para as questões de 3 a 5
Só os roçados da morte
compensam aqui cultivar,
e cultivá-los é fácil:
simples questão de plantar;
não se precisa de limpa,
de adubar nem de regar;
as estiagens e as pragas
fazem-nos mais prosperar;
e dão lucro imediato;
nem é preciso esperar
pela colheita: recebe-se
na hora mesma de semear.
(João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina)
3. O mesmo processo de formação da palavra sublinhada em “não se precisa de limpa†ocorre em:
a) “no mesmo ventre crescidoâ€.
b) “iguais em tudo e na sinaâ€.
c) “jamais o cruzei a nado â€.
d) “na minha longa descidaâ€.
e) “todo o velho contagiaâ€.
4. Substituindo-se os dois-pontos por uma conjunção, em “(…) pela colheita: recebe-se (…)â€, mantém-se o sentido do texto APENAS em “(…) pela colheita,
a) embora se receba (…)”.
b) ou se recebe (…)”.
c) ainda que se receba (…)”.
d) já que se recebe (…)”.
e) portanto se recebe (…)”.
5. Nos versos acima, a personagem da “rezadora†fala das vantagens de sua profissão e de outras semelhantes. A seqüência de imagens neles presente tem como pressuposto imediato a ideia de
a) sepultamento dos mortos.
b) dificuldade de plantio na seca.
c) escassez de mão-de-obra no sertão.
d) necessidade de melhores contratos de trabalho.
e) técnicas agrÃcolas adequadas ao sertão.
6Â – Â Fuvest
Decerto a gente daqui
jamais envelhece aos trinta
nem sabe da morte em vida,
vida em morte, severina;
(João Cabral de Melo Neto, Morte e vida severina)
Neste excerto, a personagem do “retirante” exprime uma concepção da “morte e vida severinaâ€, ideia central da obra, que aparece em seu próprio tÃtulo. Tal como foi expressa no excerto, essa concepção só NÃO encontra correspondência em:
a) “morre gente que nem viviaâ€.
b) “meu próprio enterro eu seguiaâ€.
c) “o enterro espera na porta:
o morto ainda está com vidaâ€.
d) “vêm é seguindo seu próprio enterroâ€.
e) “essa foi morte morrida ou foi matada?â€.
 Â
Gabarito de “Morte e Vida Severina”:
1. e
2. b
3. c
4. d
5. a
6. e
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