IdÃlio (Antero de Quental)
IDÃLIO Quando nós vamos ambos, de mãos dadas, Colher nos vales lÃrios e boninas, E galgamos dum fôlego as colinas Dos rocios da noite inda orvalhadas. Ou, vendo o mar das ermas cumeadas Contemplamos as nuvens vespertinas, Que parecem fantásticas ruÃnas Ao longo, no horizonte, amontoadas: Quantas vezes, de súbito, emudeces! Não sei que luz […]
Velhas Ãrvores (Olavo Bilac)
VELHAS ÃRVORES Olha estas velhas árvores, mais belas Do que as árvores novas, mais amigas: Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas… O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas Vivem, livres de fomes e fadigas; E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves […]
Ouvir Estrelas (Olavo Bilac)
OUVIR ESTRELAS “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!†E eu vos direi, no entanto, Que para ouvÃ-las, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… E conversamos toda a noite, enquanto A Via Láctea, como um pálio aberto, Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto, Inda as procuro […]
Maldição (Olavo Bilac)
MALDIÇÃO Se por vinte anos, nesta furna escura, Deixei dormir a minha maldição, – Hoje, velha e cansada da amargura, Minha alma se abrirá como um vulcão. E, em torrentes de cólera e loucura, Sobre a tua cabeça ferverão Vinte anos de silêncio e de tortura, Vinte anos de agonia e solidão… Maldita sejas pelo […]
Defesa (Olavo Bilac)
DEFESA Cada alma é um mundo à parte em cada peito… Nem se conhecem, no auge do transporte, Os jungidos do vÃnculo mais forte, Almas e corpos num casal perfeito: Dormindo no calor do mesmo leito, Votando os corações à mesma sorte, Consigo levam à velhice e à morte Um recato de orgulho e de […]