Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa)
Sagarana – questões   pág. 1   -   pág. 2 Grande Sertão: Veredas – questões: 1. (PUCCAMP) “O romance é narrado na primeira pessoa, em monólogo ininterrupto, por um velho fazendeiro do Norte de Minas, antigo jagunço. Na estrutura do livro, os fatos são transpostos para uma atmosfera lendária e o real se cruza com o […]
Perguntas em Forma de Cavalo-marinho (Drummond)
Que metro serve para medir-nos? Que forma é nossa e que conteúdo? Contemos algo? Somos contidos? Dão-nos um nome? Estamos vivos? A que aspiramos? Que possuÃmos? Que relembramos? Onde jazemos? (Nunca se finda nem se criara. Mistério é o tempo inigualável.) – Carlos Drummond de Andrade – – – – – – – Envie Mensagens […]
Confissão – poema de “Claro Enigma” (Drummond)
Não amei bastante meu semelhante, não catei o verme nem curei a sarna. Só proferi algumas palavras, melodiosas, tarde , ao voltar da festa. Dei sem dar e beijei sem beijo. (Cego é talvez quem esconde os olhos embaixo do catre.) E na meia-luz tesouros fanam-se, os mais excelentes. Do que restou, como compor um […]
Remissão – poema de “Claro Enigma” (Drummond)
Tua memória, pasto de poesia, tua poesia, pasto dos vulgares, vão se engastando numa coisa fria a que tu chamas: vida, e seus pesares. Mas, pesares de quê? perguntaria, se esse travo de angústia nos cantares, se o que dorme na base da elegia vai correndo e secando pelos ares, e nada resta, mesmo, do […]
A Ingaia Ciência – poema de “Claro Enigma” (Drummond)
A INGAIA CIÊNCIA A madureza, essa terrÃvel prenda que alguém nos dá, raptando-nos, com ela, todo sabor gratuito de oferenda sob a glacialidade de uma estela, a madureza vê, posto que a venda interrompa a surpresa da janela, o cÃrculo vazio, onde se estenda, e que o mundo converte numa cela. A madureza sabe o […]
Dissolução – poema de “Claro Enigma” (Drummond)
DISSOLUÇÃO Escurece, e não me seduz tatear sequer uma lâmpada. Pois que aprouve ao dia findar, aceito a noite. E com ela aceito que brote uma ordem outra de seres e coisas não figuradas. Braços cruzados. Vazio de quanto amávamos, mais vasto é o céu. Povoações surgem do vácuo. Habito alguma? E nem destaco minha […]
Cantigas (Jorge de Lima)
CANTIGAS As cantigas lavam a roupa das lavadeiras. As cantigas são tão bonitas, que as lavadeiras ficam tão tristes, tão pensativas! As cantigas tangem os bois dos boiadeiros! — Os bois são morosos, a carga é tão grande! O caminho é tão comprido que não tem fim. As cantigas são leves… E as cantigas levam […]
Meus Olhos (Jorge de Lima)
MEUS OLHOS Nossa Senhora, minha madrinha, tu vês as coisas verdes, não é? Meus olhos pretos, coitados deles! Teus olhos verdes, felizes deles, minha madrinha, Nossa Senhora da Conceição! Nossa Senhora, dá-me teus olhos para eu ver com eles meus pobres olhos. Coitados deles, minha madrinha, só vêem as coisas como elas são. Nossa Senhora, […]
Flos Sanctorum (Jorge de Lima)
FLOS SANCTORUM Santa Bárbara que nos livra do corisco. São Bento que cura mordida de cobra, São Gonçalo casador. São Jorge que me cedeu o seu nome pra meu pai me batizar, que escolheu o seu dia pra eu chegar nesse mundo, que só não me deu seu cavalo porque o pobre do bichinho não […]
Minha Sombra (Jorge de Lima)
MINHA SOMBRA De manhã a minha sombra com meu papagaio e o meu macaco começam a me arremedar. E quando eu saio a minha sombra vai comigo fazendo o que eu faço seguindo os meus passos. Depois é meio-dia. E a minha sombra fica do tamaninho de quando eu era menino. Depois é tardinha. E […]