Carlos Drummond de Andrade – questões sobre a obra do autor – pág. 3
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Autor em foco: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Questões sobre o livro Claro Enigma
Questões sobre a obra em geral de Carlos Drummond de Andrade
21. (PUCCAMP)
“Quem me fez assim foi minha gente e minha terra
e eu gosto bem de ter nascido com essa tara.
Para mim, de todas as burrices a maior é suspirar
pela Europa.
(…)
Aqui ao menos a gente sabe que passam a perna na gente.
O francês, o italiano, o judeu falam uma língua de
farrapos.
Aqui ao menos a gente sabe que tudo é uma canalha só,
lê o seu jornal, mete a língua no governo,
queixa-se da vida (a vida está tão cara)
e no fim dá certo.
Se meu verso não deu certo, foi seu ouvido que entortou.
Eu não disse ao senhor que não sou senão poeta?”
Estão presentes nos versos anteriores as seguintes características da poesia de Carlos Drummond de Andrade:
- desintegração da palavra; tom prosaico; negação da subjetividade.
- presença de neologismos; predominância da frase nominal; desorganização dos padrões métricos.
- atitude irônica para com as teorias poéticas; utilização de recursos da poesia concreta; negação da subjetividade.
- uso de palavras consideradas tradicionalmente como não poéticas; presença da ironia; sintonia com o homem e o mundo do seu tempo.
- poesia objetiva; tom prosaico; presença da ironia.
22. (PUC)
“(…) Da garrafa estilhaçada,
no ladrilho já sereno
escorre uma coisa espessa
que é leite, sangue… não sei.
Por entre objetos confusos,
mal redimidos da noite,
duas cores se procuram,
suavemente se tocam,
amorosamente se enlaçam,
formando um terceiro tom
a que chamamos aurora.”
(Carlos Drummond de Andrade)
Em 1945 Carlos Drummond de Andrade escreveu A rosa do Povo, da qual o fragmento acima faz parte. nela podemos verificar
- uma análise do comportamento humano, na relação cidade e campo.
- apenas uma teoria de sua própria produção poética.
- uma reflexão sobre os valores teológicos e metafísicos do homem contemporâneo.
- uma predileção por temas eróticos e sensuais.
- uma temática social e política e uma denúncia das dilacerações do mundo.
23. (FATEC)
“Era a negra Fulô que nos chamava
de seu negro vergel. E eram trombetas,
salmos, carros de fogo, esses murmúrios
de Deus a seus eleitos, eram puras
canções de lavadeira ao pé da fonte,
era a fonte em si mesma, eram nostálgicas
emanações de infância e de futuro,
era um ai português desfeito em cana.”
Neste poema de Fazendeiro do Ar (1954), ….. homenageia ….., um dos grandes poetas do Modernismo brasileiro, referindo-se a tópicos característicos de sua poesia, como se constata na alusão a um de seus mais conhecidos poemas contida no primeiro verso.
Assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas do texto acima.
- Carlos Drummond de Andrade – Jorge de Lima
- Manuel Bandeira – Carlos Drummond de Andrade
- Manuel Bandeira – Mário de Andrade
- João Cabral de Melo Neto – Murilo Mendes
- Vinícius de Morais – Raul Bopp
24. (PUC)
“Não faças versos sobre acontecimentos.
……………………………………………
Não faças poesia com o corpo.
……………………………………………
Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
……………………………………………
O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
……………………………………………
Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
……………………………………………
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.”
Explicitando uma atitude que ele próprio assume como escritor, Carlos Drummond de Andrade sugere, nos versos acima, que o poeta:
- faça do poema um meio de cantar atos humanos dignos de louvor.
- busque transmitir suas emoções pessoais mais íntimas e os desejos de seu corpo.
- procure as palavras e a sintaxe adequadas ao ritmo da vida urbana moderna.
- recorra à linguagem coloquial como forma de fazer-se porta-voz dos anseios do povo.
- entenda como essência do texto poético o debruçar-se sobre o enigma da palavra.
25. (F.C. CHAGAS)
“Minha flor minha flor. Minha prímula meu pelargônio meu gladíolo meu botão-de-ouro. Minha peônia. Minha cinerária minha calêndula minha boca-de-leão. Minha gérbera. Minha clívia. Meu cimbídio. Flor flor flor. Floramarílis. Floranêmona. Florazálea. Clematite minha.”
Com este fragmento da Declaração de Amor, poema da década de 80, pode-se observar que Carlos Drummond de Andrade confirma, num exemplo-limite, uma das constantes de sua trajetória poética:
- a preferência pelo ritmo fluente do poema em prosa, que revoluciona a cadência do verso tradicional.
- o interesse pelas pesquisas de léxico e pelo poder encantatório da palavra.
- a predominância de frases nominais como recurso estilístico de impacto na poesia.
- maior relevo dado ao significante das palavras, em detrimento de seu significado.
- o abandono do verso e conseqüente adoção de um outro tipo de efeito rítmico.
26. (MACK) Assinale a alternativa que não se aplica à obra de Carlos Drummond de Andrade.
- Participante da Semana de Arte Moderna, sua poesia é típica representante da primeira geração modernista brasileira.
- Em muitos poemas, apresenta seu desencanto em relação à vida.
- “Morte do leiteiro” é um poema baseado na problemática do dia-a-dia.
- Extrai do mundo interiorano de Itabira o tema para alguns de seus poemas.
- “A procurada poesia” é um poema em que o autor se preocupa com a própria confecção da poesia.
27. (F.C. CHAGAS) Na década de 30, despontaram escritores cuja obra poética aproveitou e aprofundou princípios estéticos e ideológicos do movimento modernista de 22. Entre os poetas dessa geração impõem-se os nomes de:
- Manuel Bandeira, Vinícius de Moraes e Augusto dos Anjos.
- Carlos Drummond de Andrade, Augusto dos Anjos e João Cabral de Melo Neto.
- Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes e Jorge de Lima
- Murilo Mendes, João Cabral de Melo Neto e Vinícius de Moraes.
- Jorge de Lima, Ferreira Goulart e Manuel Bandeira.
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Gabarito – Carlos Drummond de Andrade – pág.3:
21 – d
22 – e
23 – a
24 – e
25 – b
26 – a
27 – c